A prática de qualquer esporte é importante para o desenvolvimento da criança. O atletismo é uma modalidade esportiva consistente em conjunto de provas esportivas (corridas, saltos, lançamentos e arremessos) no qual compreende no desenvolvimento de diversas habilidades motoras servindo de base para outras modalidades.
Para um aproveitamento saudável do esporte, sua prática deve ser aplicada considerando faixa etária e amadurecimento físico, cognitivo e social dos praticantes, bem como proporcionar experiência da prática das diversas modalidades do atletismo, evitando dessa forma a especialização precoce em apenas uma modalidade.
O profissional de Educação Física para contribuir na formação e no desenvolvimento motor da criança deve, necessariamente, possuir conhecimento teórico, prático, específico sobre seus comportamentos, características fisiológicas, maturação, treinabilidade e, sobretudo contato sadio entre técnico e atleta.
A iniciação esportiva é um marco na vida do indivíduo. É etapa que tem as primeiras noções de algo novo.
No Brasil comenta-se muito em treinamento esportivos de atletismo em crianças e adolescentes, embora seja um assunto que carece de investigações científicas.
Percebe-se que atletas apresentam níveis de performance alta quando estão nas categorias menores, porém quando ingressam no adulto, percebe que não há desenvolvimento progressivo em relação ao desempenho esportivo em grande parte dos atletas.
Diante disso, persistem as dúvidas no treinamento esportivo para crianças. Acredita-se que esse resultado esta relacionado com a elaboração de programas de treinamento similar aos de adultos, induzindo a especialização precoce, sobrecarregando-os com treinos intensos e exaustivos, estagnando assim seu desenvolvimento da sua performance na fase adulta.
Porém isso requer estudo para averiguar se este fato condiz com o que está acontecendo atualmente no atletismo brasileiro.
Assim o objetivo é analisar critérios de iniciação e especialização esportiva, retratando como os técnicos de atletismo estão desenvolvendo treinamento em crianças entre 7 a 13 anos.
Iniciação esportiva X especialização precoce
Na literatura são encontradas poucas abordagens a respeito de como deve ser trabalhado a iniciação esportiva em infantes, encontra posto, fala-se muito em especialização precoce. Mas na realidade o que seriam esses supostos substantivos? Na busca interarmos mais apontamos um parâmetro sobre ambos.
Entende-se que iniciação é “ação de dar a alguém as primeiras noções de certas coisas que ignorava”. E especialização é a “é a adaptação de um órgão a uma função particular”. Assim especialização precoce é entendida como “um processo que acontece quando crianças são introduzidas antes da fase pubertária a um treinamento planejado e organizado em longo prazo.
A iniciação esportiva é um marco na vida de qualquer indivíduo. Todavia, os técnicos e professores de Educação Física são maiores responsáveis por propiciar uma experiência negativa na criança em primeiro momento.
Este fato esta relacionado diretamente a alguns princípios do mundo adulto, que direcionam a criança “ganhar ou ganhar” de qualquer jeito, supervalorizando a vitória.
“A cobrança inicia nos treinos e tem ápice nas competições. Se errar no treino já é fato desagradável para muitas crianças, e cometer tais atitudes nas competições é um verdadeiro martírio”. Tais responsabilidades essas, são criadas pelas crianças e se deve á expectativa produzida pelos pais e treinadores.
A influência do treinamento esportivo sobre o crescimento e maturação das crianças tem sido um assunto muito intrigante para muitos técnicos e para área acadêmica.
A busca de desenvolver possíveis talentos tem provocado à fuga da realidade teórica preconizada nos centros acadêmicos, como já constatados em estudos. Nesta perspectiva, isso faz com que a busca pelo retorno rápido acaba acelerando de forma incontínua treinamento do atleta, antecipando muitas vezes fases desse processo.
A especialização precoce já têm se tornado comum em nosso país. Nos centros esportivos mesmo que desenvolvam programas de treinamentos com conteúdos adequados, não deixam de promover especialização inferior as idades recomendadas.
As justificativas dos técnicos sobre especialização precoce vão desde a cobrança dos dirigentes na busca de resultados imediatos, como à cobrança de pais. Bem, também, como as instituições absolvem que essa prática se dá por questões de tradição.
O emprego de metodologias para os infantes em nosso país são similares àquelas do esporte de rendimento, desprezando processos de crescimento e desenvolvimento dos mesmos.
Por mais que os coordenadores das entidades esportivas reconheçam esta precariedade, de forma indolente também concordam que possam existir complicações no desenvolvimento da criança.
As modalidades de atletismo e natação é que se destacam sobre esta problemática, devido à preocupação em descobrir novos talentos, o que levam as promessas mirins, desaparecer ao longo do tempo.
A prática de atividades motoras inadequadas pode acarretar danos, sejam eles, físicos, motores, cognitivos e afetivos.
Os maiores problemas que treinamento especializado precoce exerce sobre a vida da criança podem ser:formação escolar deficiente; unilateralidade no seu desenvolvimento; reduzida participação em brincadeiras e jogos infantis.
Os problemas estão relacionados desde os fatores intrínsecos que são desequilíbrios musculares, as alterações de base inferior e superior associadas às da coluna vertebral.
Como também os fatores extrínsecos referentes às cargas inadequadas de treinamento, técnicas inapropriadas, calçados.
Entretanto não seria somente esse fator pelo qual o Brasil “perde” possíveis talentos ao longo do ciclo, outros fatores como:“dificuldades financeiras (falta de patrocínio), falta de reconhecimento social, ausência de suporte familiar, casamento seguido de paternidade, lesão”.